4 de jan. de 2013

Correr ou morrer

Sempre que saio de casa para correr ou andar de bicicleta sozinha o meu pai olha-me de uma maneira especial. É a preocupação de deixar a filha sair sozinha para sítios isolados e com pouca gente. É a incapacidade de não poder exercer na plenitude o seu instinto paternal e "proteger-me". É a constatação de que (ao contrário de outros tempos) já não me pode acompanhar. É uma tristeza profunda no olhar pela perda de capacidades. Apesar da falta de forças ele continua a "correr", talvez com mais empenho do que alguma vez teve. Aproveitemos enquanto o corpo deixa e a mente acompanha para "correr". Um dia todos perdemos capacidades e nessa altura será bom saber descansar e saborear mentalmente o caminho percorrido.

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